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Exatamente hoje dia 9 de abril, faz um mês do fim dos voos comerciais em Parnaíba e São Raimundo Nonato PI. |
As campanhas promocionais nas mídias sociais continuam a todo vapor. Imagens paradisíacas do Delta do Parnaíba, dunas, rios, mangues e pôr do sol de tirar o fôlego são compartilhadas. Mas falta combinar com a realidade. O turista que se deixar encantar pelo marketing vai ter que encarar um calvário logístico para conhecer o litoral piauiense: seis horas de viagem de ônibus desde Teresina, em uma estrada federal (BR-343).
Promessas no ar, aviões no chão
Circulam rumores de negociações com uma “nova empresa aérea” para voltar a operar voos em Parnaíba. Mas... qual empresa? Fizemos um levantamento minucioso sobre essa suposta possibilidade, e o resultado não poderia ser mais desanimador:
- Azul Linhas Aéreas — vive uma crise operacional sem precedentes. Em 2024, a companhia já havia encerrado operações em mais de 20 cidades brasileiras, e Parnaíba entrou na lista das afetadas. A empresa tenta se reorganizar financeiramente e não há sinal de retomada em médio prazo.
- Gol Linhas Aéreas — com a saúde financeira ainda mais frágil, também cortou vários trechos do seu portfólio e, segundo executivos ouvidos nos bastidores do setor, não pretende expandir sua malha aérea em 2025.
- Latam Airlines — é uma incógnita. A companhia aceitou operar em Juazeiro do Norte (CE) somente após uma subvenção do governo estadual de R$ 35 por assento, como revelou o secretário de Turismo do Ceará, Eduardo Bismarck, em entrevista à Rádio CBN Cariri. A realidade é que, sem subsídio público, não há nem conversa.
Turismo sem acesso: um projeto condenado?
Sem transporte aéreo, Parnaíba enfrenta um paradoxo cruel: como ser destino turístico competitivo sem acessibilidade? A cidade não tem sequer uma linha ferroviária, e o transporte rodoviário é razoável e arriscado.
A ausência de infraestrutura adequada fere diretamente a economia local, principalmente setores que dependem do fluxo de visitantes, como hotéis, restaurantes, bares e guias turísticos. Investimentos em turismo não podem se limitar à propaganda: é preciso garantir que as pessoas consigam chegar até o destino.
Hoje, a sensação é de que não existe luz no fim do túnel — porque, na verdade, parece que o túnel nunca foi escavado.
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